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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O fogo do inferno num palito de fósforo.





Já imaginou quantas árvores são derrubadas para produzir palitos de fósforos? Somos bilhões e bilhões de pessoas que dependem do fósforo. Quantas áreas da Floresta Atlântica do tamanho de cidades são devastadas para que possamos usar palitos de fósforos? Como criticar as garras norte-americanas encravadas na nossa Floresta Amazônia se ascendemos palitos de fósforos? Não é só isso. O saboroso churrasco que você degusta com tanto prazer foi uma vaca, em algum dia do passado. Essa vaca precisou comer muito capim para engordar, antes de virar a sua refeição e então, os pecuaristas soltaram essa bendita vaca em algum ecossistema como, por exemplo, alguma floresta. O enorme mamífero, ao pisotear plantinhas e comer gramíneas do ecossistema, foi contribuindo para a redução da biodiversidade. Tente pensar em quantas vacas e bois temos no planeta. Provavelmente, o número chega à casa dos bilhões. Afinal, há bilhões de pessoas que apreciam um bom hambúrguer ou um suculento pernil de porco. Temos muitas vacas e bois para acabarmos com as nossas florestas e vegetações. O petróleo é outra coisa que tira o sossego dos ambientalistas. É inegável dizer que ele está cada vez mais presente no nosso cotidiano. Temos os carros, fonte de poluição gasosa e sonora e que ao mesmo tempo, é uma necessidade nossa. O plástico, outro produto feito do petróleo e que facilita as nossas vidas, demora anos para se decompor e agride o meio ambiente. E para ser bem sincero, é difícil imaginar uma vida sem sacolas plásticas, carros e petróleo. Você já se questionou para onde vão as suas fezes e a sua urina? Sabe se o seu esgoto é bem tratado? É óbvio que corpos hídricos (rios, riachos, lagoas e lagos) poluídos pelo esgoto não tratado não é adequado para o consumo e então, cidades inteiras se aproximam cada vez mais de sofrer com a falta de água. Por mais que seja difícil ser fumante hoje em dia, graças às leis que proíbem o ato de fumar em certos locais, o vício vai continuar existindo, afinal, cada um tem liberdade para optar em fumar ou não, mesmo que a fumaça do cigarro degrada o meio ambiente. O fim do planeta está nos detalhes como um cigarro fumado, um fósforo queimado, o uso de sacola plástica, um passeio de carro e o apertar na descarga.

Poderia citar outros milhões de exemplos... Contudo, a idéia está bem clara. O conforto humano traz conseqüências negativas para o planeta. Se por um lado, a economia precisa crescer impulsionada pelo consumo e pela busca pelo cômodo, por outro, a natureza é agredida. Assim, como num ciclo vicioso, a qualidade ambiental é reduzida. Como já foi dito, áreas inteiras de florestas e demais ecossistemas são devastadas pela fome dos bovinos. Além disso, a plantação, o cultivo e a prática agrícola degradam ainda mais a natureza. Para termos cereais, plantações e alimentos, derrubamos florestas na mesma proporção do aumento da nossa fome. O pior mesmo é que todo esse alimento vai parar no estômago de bois, vacas e porcos. Legumes, cereais, rações e fibras são usados para engordar animais. Depois, matamos e comemos a carne deles. O problema é que dessa forma, não conseguimos produzir alimentos suficientes para suprir as necessidades do mundo. Afinal, um porco, por exemplo, precisa devorar muitos quilogramas de rações para engordar um mísero quilograma. A maior prova disso é que um suíno produz 10 vezes mais resíduo orgânico (fezes) do que o homem, afinal, o intestino do suíno não aproveita toda a energia dos alimentos. O preço dos alimentos está alto por causa disso. Para compensar os gastos envolvendo a alimentação, abate, limpeza do animal, a carne e demais alimentos que chegam ao supermercado têm um preço exorbitante. Poderíamos resolver esse problema, se optássemos por uma alimentação balanceada com frutas, legumes, cereais e grãos. O preço dos alimentos iria cair e a produção deles iria suprir toda a humanidade. Teríamos abundância para todos. Como não estamos fazendo isso, o preço sobe e somente as pessoas ricas têm acesso ao alimento. Um exemplo para entendermos melhor é o Mec Donalds. O povo que mais consome carne, alimentos gordurentos e nem um pouco saudáveis é o americano. Não é coincidência que a nação deles seja a mais rica do planeta e a tradição de se empanturrar veio de lá. A obesidade é uma epidemia pior do que a própria fome. Afinal de contas, as autoridades, veículos de comunicação e o telespectador não se interessam muito por isso. Mesmo sabendo da existência dos males da obesidade, se você, por exemplo, ver uma criança “gordinha”, logo, de maneira inconsciente, vai imaginar que ela tem o que comer e não há nada de errado com ela. O mesmo não ocorre quando você ver uma criança subnutrida. Por causa dessa questão cultural, notícias relacionadas com a obesidade não despertam tantas atenções e nem são tão chamativas. Enquanto uns morrem por comerem demais, outros morrem por comerem de menos e enquanto isso, florestas são derrubadas para dar lugar a plantações e lugares para que o gado paste. A fome e a obesidade são reflexos de uma péssima qualidade ambiental, sinais que a natureza está sendo agredida. A derrubada de árvores, a extinção de espécies da fauna e da flora ocorre por causa do aumento do consumo de palitos de fósforos, que cresce na mesma proporção do aumento populacional. Chegará o dia em que não teremos mais. Vá à farmácia ou ao médico e pergunte o porquê de tantas e tantas pessoas contrariem problemas respiratórios, cardiovasculares, auditivos, emocionais e intoxicação na cidade. O farmacêutico ou o médico vai falar que os sintomas e doenças aparecem por causa da péssima qualidade do ar. O nosso ar está cada vez mais poluído pelos carros e demais veículos. Com tantos ruídos, barulhos infernais e a orquestra sinfônica tocada pelo funcionamento de motores e buzinadas, é natural que o stress tome conta da vida de cada um. Quem nunca se sentiu exausto e cansado depois de permanecer preso dentro de um congestionamento, precisando ouvir palavrões de outros motoristas estressados e o ronco ensurdecedor dos carros?

Resumindo tudo, consumo é sinônimo de degradação ambiental. Mas, por favor, não vamos pensar que a situação está em um estado irreversível. Existe uma solução para tudo. Como já foi dito, precisamos substituir a filosofia egoísta por um consumo crítico.

Preferir, por exemplo, comprar palitos de fósforos de empresas que plantam na mesma proporção que derrubam madeira. É o manejo sustentado dos recursos naturais. Preferir comer alimentos saudáveis, trocar o gordurento churrasco pela verdura, pela ração e pelo cereal. Optar por um carro cujo motor é eficiente e que consiga queimar o combustível completamente. Um motor pouco eficiente não é capaz de promover a queima do combustível e isso acaba liberando maiores quantidades de poluentes, além de necessita de mais combustível. O ar da cidade agradece, assim como o seu bolso.

Colocar filtros nos canos de escape ajuda. Reduzir o número de carros é uma ótima iniciativa para despoluir o ar. Afinal, brasileiro, assim como o norte-americano, adora carro e nem percebe que a relação custo-benefício não é vantajosa. Trocando em miúdos, o consumidor não se importa em pagar o alto preço do combustível, a revisão do motor, seguro, demais impostos e enfrentar os engarrafamentos quilométricos... O importante é dizer “eu tenho um carro.” Ter carro é vantagem para uns e desvantagem para outros. Cobrar tratamento do esgoto das autoridades é outra forma de consumir de forma responsável e racional. Ter disciplina suficiente para vencer o cigarro é zelar pelo bem-estar do planeta. A filosofia do consumismo ético e responsável pode até ser bonita no papel... Mas esbarra em obstáculos quando tenta sair do papel. No fim, acaba virando uma incrível baboseira. O primeiro obstáculo enfrentado são as empresas e empresários pouco preocupados com a questão do ambiente. Além disso, como vamos informar uma nação brasileira inteira sobre os perigos do consumismo? Para cada cidadão responsável e preocupado com o meio ambiente, temos centenas de pessoas alienadas, iludidas e que desprezam a importância de preservar o verde. Ficar sabendo quem foi o último eliminado do Big Brother Brasil ou com quem a mocinha da novela vai ficar parece ser mais importante do que o destino da humanidade. Não há nada de errado na propaganda... Contudo, é preciso lembrar que a mídia foi feita para entreter e não para enganar. Vai demorar algumas décadas ou séculos até que todo e qualquer brasileiro consiga perceber que existe vida além do orkut, da internet e da televisão. E o pior nem é isso. O que mais me enoja é a incompetência das autoridades. Há tantos partidos políticos, tantos críticos, tantos colunistas de revistas e jornais querendo opinar, tanta oposição e não chegamos a lugar algum. Do que adianta ser daquele ou desse partido?

Ser parte de tal coligação, apoiar tal candidato, ser conservador ou liberal é mais importante do que ser eficiente? Irá mudar muita coisa se a idéia do político for de esquerda ou direita? Gatos podem ser brancos ou pretos e mesmo assim, se caçarem ratos, é o que importa. São todos analfabetos ambientais, ignorantes e dignos de pena.

Há um pessoal criticando duramente meu blog. E gosto disso. Meu texto torna-se mais refinado quando passa pela peneira da crítica. O principal motivo já foi citado nas linhas acima. Demorarão muitos anos até termos muitos cidadãos, políticos e consumidores conscientes. Essa mudança de filosofia deve ocorrer e como vai demorar, precisamos de meios para minimizar e reduzir os impactos negativos. O interessante é reduzir a população. Já tentaram pela pena de morte, guerra, aborto, genocídio e não funcionou.

Nenhum desses métodos mostrou-se eficiente. Faço questão de dizer que sou a favor da vida e não concordo com nada disso citado acima. O controle da natalidade é uma ótima alternativa. Lógico que é algo controverso. Sexo é visto como tabu. Contudo, seria maravilhoso se os professores ensinassem aos alunos sobre as dificuldades em se criar um filho. Gastos envolvendo educação, roupas, saúde, além do próprio tempo dedicado para zelar pelo crescimento da criança seriam ótimas desculpas na hora de fazer sexo e usar camisinha. Na adolescência, no auge nas emoções da puberdade, ninguém pensa muito em se proteger. O que interessa é curtir o momento. E uma gravidez não planejada é o que acontece. Orientar a juventude é sobre o sexo seguro é importante. Menos garotas tendo filhos significa menos pessoas no mundo. O crescimento populacional iria reduzir na mesma proporção do consumo, ao mesmo tempo em que as escolas, mídias e políticos se preocupam em divulgar a filosofia do consumismo responsável. Médicos, profissionais relacionados com a saúde pública e políticos têm o dever de ensinar, por meio de palestrar e programas, como se usa camisinha nas comunidades carentes e pobres, onde a informações faz falta. É a educação que acontece fora da escola. O importante é incentivar a educação informal.

Como nada é perfeito, a maioria das pessoas não tem acesso a informação por causa da igreja. O Vaticano já havia se pronunciado contra o uso da camisinha faz tempo. É inegável que o ser humano precise da fé e de Deus. Afinal, há muito mais do que a carne, a mente e o pensamento. Há o espírito e ele precisa da crença. O Ser humano é uma realidade profunda e se estende além daquilo que se pode ver, tocar ou sentir. A religião sempre vai influenciar na vida das pessoas. Por isso, a liberdade de culto e crença é tão importante... E seria ótimo se toda essa influência fosse usada para conscientizar a população sobre o sexo seguro. É outra forma de educação informal, aquela que se aprende fora dos bancos escolares e é ensinada por qualquer um que tenha algo para de bom para dizer. Isso prova que um caminho novo precisa ser trilhado e todos podem cooperar.

E para fechar o texto, termino com uma fala de um personagem de revistinha em quadrinhos escrita por Alan Morre. Seu nome é Monstro do Pântano e ele é poderoso o suficiente para fazer com que todo o equilíbrio natural do globo seja recuperado.

"Se eu fosse alimentar o mundo... curar todas as feridas que as indústrias fumacentas do homem causaram... o que ele faria? Iria renunciar...à riqueza que suas serrarias trazem... pisar suavemente nas flores... e colher cada maçã com respeito... por este mundo abundante... em toda a sua providência? Não. O homem bombearia mais venenos.... construiria mais minas... garantido pelo conhecimento de que eu estaria à mão... para reparar a biosfera... incessantemente cobrindo cicatrizes... que ele agora causaria."

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