Pesquisa

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sobre Querubins.

Querubim é uma espécie de anjo.

E é também o apelido de João do Nascimento, filho de uma prostituta e um pai alcoólatra, morador de uma favela chamada "Canudos." Sem gostar muito de estudar, acaba abandonando a escola e vira um "olheiro", uma espécie de vigia que avisa aos traficantes quando a polícia aparece na favela. Em troca do serviço, ele ganha dinheiro e a amizade de José Martins, também chamado de Dinho, o principal traficante de Canudos.


A amizade entre os dois acaba trazendo muitos benefícios para o garoto. Além de ganhar dinheiro vigiando Canudos, ele distribui, vende e negocia crack, o que também representa lucro para ele. Com o tempo, o garoto abandona a família para morar com Dinho, que mesmo sendo um criminoso, acaba virando um tipo de figura paterna para o moleque. Pedro Alcântara, um professor de biologia, tenta tirar Querubim da vida bandida, sem muito sucesso. O biólogo é um fracasso como professor, já que suas aulas não despertam interesse algum nos alunos. "Por que diabos vou querer saber sobre uma célula?" é o que a maioria dos alunos questiona durante as aulas e sem conseguir explicar esse porquê, Pedro acaba deixando a aula algo chato e improdutivo.

Canudos é uma favela como qualquer outra. Pobre, decadente e dominada pela violência.

Esse é o resumo do livro "Nunca mais Querubim". Se esse livro for publicado, provocará uma enorme polêmica. O autor, no caso eu, com o livro, procuro criticar o sistema de ensino usado nas escolas que é improdutivo porque os alunos pouco se interessem por estudar. E afinal, por que mesmo temos que estudar?

Através do personagem Pedro, eu apresento uma solução para esse dilema.

Querubim, outro protagonista da história, tem a função de mostrar como a nossa juventude, tão despreocupada com o estudo, se perde no mundo das drogas, do tráfico e da prostituição.

Com o decorrer da história, critico a  nossa sociedade, pouca preocupada com questões sociais como a pobreza, a miséria e a violência. Para isso, a história se passa em Canudos, uma favela. 

A política, a imprensa, as filosofias da nossa nação e os paradigmas nossos são outros alvos das minhas ferozes críticas apresentadas com o livro. 

E como não poderia deixar de ser, o tema principal do livro é o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente.


Resumindo, misturo dezenas de assuntos numa mesma narrativa e provo que tudo está interligado. Poluição, meio ambiente, tráfico de drogas, escola, favela, pobreza, miséria, artes, poesia, violência, crime, filosofia, biologia, sociologia, economia e sustentabilidade são os tais temas que eu relaciono com o livro.

Pedro conseguirá melhorar a qualidade de suas aulas e convencerá Querubim a abandonar a vida de criminoso?
As pessoas de Canudos terão uma vida melhor, livres da violência e da pobreza?
Afinal, o bandido, estuprador e o traficante são "vítimas" da sociedade e da falta de oportunidade?
O meio corrompe o homem?  Tudo é fruto da questão social?
Os defensores dos direitos humanos estão certos?
Ou meter bala nos miolos de cada um é a única solução?


Leiam para descobrir.

E torçam para que eu consiga publicar o livro.

Prometo que o livro vai mudar muitas cabeças.

E há ainda mais dois livros que quero publicar.

Esperem, aguardem e torçam.

domingo, 23 de maio de 2010

Movimento Retilínio Uniforme:

Se você é do Segundo Grau, já deve ter estudado sobre o Movimento Retilínio Uniforme. Eu sempre me perguntava... Onde diabos eu vou usar essa coisa? Em qual empresa que vou precisar determinar a posição de um móvel com velocidade de 34 km/h no instante 3 segundos? Parece coisa de outro mundo? E por que um assunto tão chato de física faz parte de um texto que deveria falar sobre meio ambiente?

Vamos por partes. Uso o tema “movimento retilínio uniforme” para que você chegue à conclusão principal do texto. Algumas vezes, estudar pode parecer inútil. E é chato.

Bem, até aqui, nenhuma novidade. Certo? Mesmo sendo chato, eu estudava um bocado e passava tardes inteiras revolvendo essas equações. Graças a isso, sei interpretar as fórmulas, resolver cálculos e pensar logicamente. Através desse raciocínio que aprendi a desenvolver equações bem mais complicadas.

E está servindo para a minha faculdade de tecnólogo em Gestão Ambiental. Sei, por exemplo, calcular a área, o volume, a largura, o comprimento e a altura de um decantador. O decantador é um enorme tanque onde a água passa durante o tratamento feito para despoluí-la. As partículas de sujeira decantam, ou melhor, vão para o fundo do tanque por serem mais densos que a água. O profissional que opera as ETAS (Estações de tratamento de água) pode adicionar um coagulante, ou seja, um produto químico que faz com que as partículas se aglomerem, formando um floco pesado, denso e que decanta para o fundo. Entra o conhecimento em química. É mais ou menos isso que acontece com a água que sai da sua torneira. Em educação ambiental, isso se chama de “agir localmente, pensar globalmente.” O ingresso numa boa carreira profissional acontece através do estudo. O compromisso da escola é, através do ensino, fazer com que as crianças se tornem profissionais comprometidos com a qualidade do meio ambiente. Um operador de ETA, o engenheiro que constrói a ETA, o químico que produz o coagulante e o bioquímico que analisa a água da ETA são exemplos de como o trabalho comprometido com a questão ecológica pode contribuir com o planeta. Você estuda, um dia, você entra no mercado de trabalho e desse modo, contribui para o meio ambiente. Pode parecer estranho isso... Não é. Até mesmo alguém que projeta um motor de carro pode dar uma contribuição para o meio ambiente ao desenvolver um carro movido a energia limpa, como bio-combustível. O desenvolvimento de tecnologias é importantíssimo para melhorar o mundo. E antes de desenvolver inovações tecnológicas, é importante desenvolver consciência ecológica através da visão holística. Ou seja, todas as ciências desempenham um papel fundamental para enxergar que cada cidadão, cada profissional e empregado são importantes para o funcionamento da sociedade. No papel, tudo é lindo. Na prática, o estudo continua chato. É que a maneira como os conteúdos são apresentados é antiquada. Imagine uma escola onde você precise ficar o dia inteiro, quer dizer, de manhã até de tarde. É a tal da educação integral. Parece loucura? Calma. E se o professor, ao invés de explicar as disciplinas como coisas separadas, sem ligação umas com as outras, explicasse de forma que o estudante compreendesse que todas as ciências têm uma ligação? A qualidade do ensino não iria melhorar? Não teríamos profissionais com uma ampla compreensão científica? E digo mais. O progresso dos estudantes nos estudos seria avaliado por profissionais como psicólogos e psiquiatras. Eles descobrir em qual profissão é que o estudante se daria melhor. Assim, os professores poderiam dar aulas sobre as aplicações das ciências em cada profissão. É apresentar como a vida realmente funciona. Aprender sobre o mercado de trabalho não se resume aos livros ou a ouvir um professor. A aula ficaria bem mais interessante se os professores ensinassem como trabalhar no que se gosta.

“Menino, pelo amor de Deus, acorda e pare de ficar no mundo da lua. Por causa dessas revistinhas que você lê, você fica desse jeito, todo distraído. Como você vai trabalhar algum dia com esse jeito de bobo?” Mais ou menos isso que meus pais viviam me dizendo na minha época de menino pequeno. Como eu costumava ler muito, desde aquela época, diziam que de tanto ler, ficava com um jeito distraído, distante... Coisa de bobo alegre. Hoje, sei que o simples ato de ler as revistinhas da Turma da Mônica já era um indicativo de que eu tinha aptidões para ser escritor. E isso foi crescendo comigo e agora, tento juntar literatura com a questão ecológica para melhorar a qualidade da educação. Quero dizer, todos nós, desde que nascemos, temos aptidões... Dons... Dedique-se integralmente e procure conhecer um pouco de tudo. Preocupe-se em desenvolver o seu potencial. E vença na vida.

sábado, 24 de abril de 2010

Dê-me um pouco de esterco.

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O título do texto pode ser estranho, mas tem tudo a ver com o texto. Em primeiro lugar, assita o vídeo. Assistisse? Entendesse a letra da música? E o que um filminho com marionetes tem a ver com a questão ambiental? De acordo com a crítica social escondida nas entrelinhas musicadas, a classe média é aquela parte da sociedade manipulada pela imprensa, que acredita fielmente em tudo o que passa nas revistas, nos jornais e na mídia. Crendo que são melhores do que outros, afinal, são “quase ricos”, vivem das aparências, do consumo, da compra, do estilo e fazem de tudo para parecer, ao máximo, com as classes mais abastadas.
Pouco se importam com as condições das demais classes desfavorecidas e não dão à mínima se alguma enchente engolir uma favela inteira ou se por causa tráfico de drogas, inúmeras vidas estão sendo interrompidas. Eu discordo totalmente da letra da música. Em geral, todas as classes sociais são acomodadas, manipuladas pela mídia, inocentes por natureza e crentes no discurso de algum político corrupto. E não são assim porque querem. A cultura do Brasil é, infelizmente, conformista. Nós nos conformamos em receber ordens, obedecer cegamente e acreditar que estamos fazendo o máximo pelo bem da nação. “Alienação” é o nome que se dá para isso. Conformamos-nos em dizer “tomara que o senado exploda” quando ouvimos falar das falcatruas de algum político. E só. Por que estamos nessa posição de servidão cega?
Fomos educados para pensar assim. Na escola, por exemplo, eu aprendi somente a acatar ordens. Pronto. O esquema sempre era o mesmo. Puniam-se os maus elementos e recompensavam-se os melhores. Isso engessa a nossa capacidade criativa e o nosso senso crítico. Como diria Raul Seixas, a desobediência é uma virtude necessária à criatividade. Não quero dizer que devemos espalhar a anarquia e a desordem. Recompensar os mais inovadores, os ousados e criativos é a minha proposta. Cito, por exemplo, minha época de estudante dos anos anteriores, antes de eu começar na faculdade. Ouvia um “muito bem” do meu prefessor de Biologia do terceiro ano se eu falasse qual era a função do Complexo de Golgi. Para isso, decorava páginas e mais páginas do meu caderno, obedecia ao meu professor cegamente.
Agora, por que razão eu precisava decorar a função do Complexo de Golgi? Não sei. Um país melhor começa dentro da escola. Mas é necessário se perguntar de que forma é que nós estamos aprendendo. A educação deveria unir teoria e prática. Por exemplo, numa aula de biologia, o tema bem que poderia ser biodigestor. O agricultor pega o esterco produzido pelos animais de criação, mistura com água e armazena no tal do biodigestor. Pronto. As bactérias decompõem o esterco, isto é, transforma a carga orgânica em outras substâncias, como gás metano. Este gás pode ser usado como combustível para um fogão doméstico, por exemplo.
As bactérias, dentro do equipamento (biodigestor), são anaeróbicas. Isso significa que não precisam de oxigênio para exercer sobreviver. A decomposição do esterco, por ser anaeróbica, não produz maus odores. O que sobra desse processo é uma massa pastosa, sem nenhum cheiro, que é chamada de adubo biofertilizante. E esta substância é ótima para as plantas. O esterco também é uma forma de poluição. Quando é depositado em local inadequado, pode produzir maus odores, atrair doenças, contaminar solos, água e até o ar. Já conheço vários lugares onde o esterco de porcos se tornou um grave problema ambiental. E então... O que fazer com tanta porcaria? O biofertilizante é uma alternativa ao pesticida, herbicida e demais “cidas”. Faz a planta crescer, sem que precisar venenos químicos. A produtividade aumenta. O dinheiro é ganho e o meio ambiente é salvo. Através do exemplo do uso do biodigestor, entendemos melhor vários assuntos relacionados com a biologia, por exemplo, o ciclo de vida das bactérias anaeróbicas. Também serviu para fazer com que o aluno compreenda que a biologia tem uma utilidade prática. Um estudante pode se interessar em estudar agronomia, por exemplo, depois de perceber que o estudo possui alguma aplicação prática. E não termina só assim. Com cada vez mais pessoas se preocupando com a questão ecológica, o país melhora. Uma educação de boa qualidade, que significa empregabilidade, é um avanço na direção do progresso. O biodigestor, uma alternativa tecnológica para o problema da poluição, concilia o desenvolvimento econômico e o meio ambiente, auxilia na produtividade de alimentos, reduz o atraso e a pobreza no campo. A tecnologia, o conhecimento técnico e a educação profissionalizante são essenciais nesse mercado de trabalho competitivo. Toda a profissão, toda a pessoa pode contribuir para o desenvolvimento da nação, a erradicação da fome e das disparidades sociais. O segredo é estimular a rebeldia, o senso crítico, a criatividade, transformar a criança de hoje no cidadão atuante de amanhã.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Memória Curta

O que a corrupção, falsas promessas de políticos, a existência das favelas nos morros do Rio de Janeiro, a violência, o tráfico de drogas e o meio ambiente tem a ver? Fiz uma pesquisa para conhecer a ligação desses elementos descritos acima. Bom, não é novidade nenhuma que o Rio de Janeiro foi vitimado por uma terrível enchente nesse ano de 2010. Segundo minhas fontes, foram 219 mortos, 161 feridos, 11.562 desabrigados, 22 municípios afetados e 10,3 milhões de moradores atingidos. Foi uma catástrofe parecida com aquela que se abateu sobre Santa Catarina no sombrio ano de 2008. Segundo o IBGE, Em 1960, 1 em cada 10 cariocas vivia nas favelas. Atualmente, 1 em cada 5 moradores mora nas favelas. Muitas pessoas constroem barracos, casas e casebres nos morros cariocas e estes, por causa de seu formato acentuado, dão impulso à água da chuva, como num enorme “tobogã.” O solo dos morros do Rio de Janeiro é irregular, tem uma espessura de 1 a 2 metros de terra que cobrem as rochas subterrâneas e por esse motivo, essa fina camada não consegue absorver a água da chuva que corre morro abaixo, levando casas, terras, construções, rochas e vidas humanas. Quando um ambientalista ou algum geólogo buzina nos ouvidos das autoridades que construir casas em cima dos morros e encostas como acontece com a favela da Rocinha, por exemplo, eles são taxados como “eco-chatos”. Agora, por que as pessoas insistem em moras nas favelas? O que isso tem a ver com os demais problemas citados acima? No Rio de Janeiro, os barracos começaram a brotar os anos 80 e nenhum governante preocupou-se em fiscalizar. Não havia estudos sobre de que modo o meio ambiente poderia ser afetado ou se a área era segura para ser habitada. Os políticos, querendo mais e mais votos, preocuparam-se em apenas conquistar a confiança da população. Então, asfaltaram as ruas, forneceram energia elétrica e água encanada. Com tantas melhorias, a favela atraiu as pessoas como moscas no mel. As favelas cresceram em tamanho e muitos morros foram ocupados. Estamos sentindo as conseqüências só agora. Nos anos 50, por exemplo, por causa da chegada de muitos nordestinos, a população das favelas cresceu assustadoramente, como se construir esse tipo moradia fosse sinônimo de progresso para a cidade. Darcy Ribeiro, que foi um vice-governador, chegou ao cúmulo de dizer “Favela não é problema, é solução.” Leitor, desconfie dos atos dos políticos. A maioria só está manipulando o eleitorado com promessas vazias e obras inúteis. Bom político é aquele que sabe trazer o progresso, sem que isso agrida o meio ambiente. Há uma única (e barata) solução para esse problema. A cidade precisa ser urbanizada de modo sustentável. Seguir o que os ambientalistas dizem, não construir mais em áreas de riscos. Legalizar os imóveis, ou melhor, construir com a autorização da prefeitura e de engenheiros competentes. Senão, a situação permanecerá no informal, ou seja, a prefeitura não terá meios para fiscalizar e desse modo, dá-se chance para toda e qualquer tipo de atividade ilegal como o tráfico de drogas.
É não é o que acontece nas favelas? Pois é... Há locais onde nem a polícia tem coragem para entrar, afinal, o poder pertence aos criminosos. São eles que fiscalizam, ditam as regras e comandam. Outras soluções seriam o uso de radares meteorológicos para monitorar as tempestades, construir boas galerias pluviais para dragar a água e etc. Isso seria um trabalho para engenheiros e meteorologistas preocupados com a questão ambiental, ou seja, de fazer com que a estrutura da cidade se adéqüe a natureza. Deveríamos ensinar educação ambiental nas escolas para moldar a mentalidade das futuras gerações e desse modo, impedir que políticos incompetentes sejam eleitos pelo eleitorado inocente. O que mais dói é que Santa Catarina sofreu do mesmo mal no ano 2008 e não aprendemos NADA com isso. O maior problema do brasileiro é a memória curta.

terça-feira, 23 de março de 2010

Eu, um desempregado?

Estávamos comentando sobre nossas futuras profissões. Um amigo meu, cursando administração, falou do desejo de trabalhar num escritório. Outro seria professor com a sua faculdade de pedagogia. E eu? O que serei com a minha faculdade de Gestão Ambiental? Foi essa pergunta que meus colegas me fizeram, dando risadinhas irônicas. “Vai ensinar que não se deve jogar lixo no chão? Vai espernear com alguém que arranca florzinhas?” Respostas desse gênero saíram da boca dos meus colegas. Puros ignorantes. Quero melhorar a vida das pessoas. Ajudar, de algum jeito, as pessoas. Virar o sistema de pernas para o ar até que ele se torne útil. Como estudar o Meio Ambiente pode me ajudar? Vamos exemplificar...

Estudei, por exemplo, no ano passado, a importância de se ter um espaço para que o verde seja preservado. Até visitamos um pedaço da Mata Atlântica numa excursão. O solo das florestas absorve a água dos solos, impedindo que ela fique acumulada na superfície. Se tudo estivesse asfaltado, a água ficaria acumulada na superfície, provocando enxurradas. É o que acontece com São Paulo, uma região com inúmeras favelas, onde o verde perdeu seu espaço para o concreto. A cidade devorou os ecossistemas naturais. Inúmeras vidas são tomadas pelas enxurradas. Estradas construídas sem nenhum planejamento não permitem que o trânsito desafogue, trazendo transtorno, irritação, poluição e acidentes. Já que favelas não contam com tratamento adequado de esgoto, toda a carga poluidora, ou melhor, as fezes e a urina contaminam a água dos rios, riachos e ninguém se importa. Baile Funk, tiroteio, pichação, televisão e a cocaína são os assuntos que realmente interessam. Prédios construídos em locais inadequados obstruem o fluxo de ar quente, fazendo com que a temperatura suba muito e diminuindo a qualidade de vida das pessoas. Cidade grande, lugar construído de qualquer jeito é sinônima de desconforto térmico, enxurradas, muita violência, poluição, pouco verde e muito stress. Um educador ambiental tem diversos compromissos para melhorar a sociedade. Um deles é com a educação sexual. Ensinar que para se fazer sexo, é preciso ter responsabilidade e usar camisinha. Uma lição para ser mencionada nas escolas, nas favelas e nas próprias famílias. Só pode ter filhos aqueles com condições de educá-lo e amá-lo. O crescimento populacional será desacelerado. Menos gente significa menos casas, menos concreto, menos cidade, menos trânsito, mais verde, mais ar puro, menos enxurradas e mais qualidade de vida. Prédios construídos em locais estratégicos evitam que o ar quente seja obstruído. Não defendo o aborto. Defendo uma nova forma de organizar a cidade.

A idéia de que o desenvolvimento urbano, econômico e social precisa ser acompanhado com a educação ambiental é o primeiro passo para um mundo melhor. Quero trabalhar nisso. O problema, claro, é que meu blog não é famoso. Por isso, meu amigo (a), te peço, se você ler meus textos, não deixe de comentar. Elogie. Critique. Reclame. Xingue e ofenda... Mas, não deixe de demonstrar que leu, gostou ou não. A idéia precisa ganhar fama... E me incomoda muito saber que algo tão bom seja tão desconhecido, enquanto Big Brother, novela das 8, e demais celebridades capturam toda a atenção em torno de suas futilidades.

domingo, 14 de março de 2010

Criticando Felipe Gruetzmacher

Hoje, é um dia especial. O número de visitas chegou ao número 1000. Se isso é bom para a divulgação das minhas idéias? Não sei. Minha escrita pouco fez pelo meio ambiente. Mesmo assim, é um pequeno grande passo. Em direção de quê? Não sei. Só continuo a protestar. Felipe Gruetzmacher será, dessa vez, o alvo das minhas alfinetadas. Eu, Felipe Gruetzmacher, dessa vez, não vou criticar o mundo lá fora. Critico o que penso e o que escrevo. Uma auto-crítica. Para os desavisados, eu sou membro da SEB, a Sociedade dos Escritores Blumenauenses. E o que isso tem a ver com o Efeito Estufa, o derretimento das calotas polares e o ambientalismo? Logo, chegaremos lá. De vez em quando, nós nos reunimos para discutir literatura, técnicas de produção de texto e filosofias. Num desses encontros, dois contos escritos por mim foram alvos de críticas por parte dos meus colegas sebianos.


Conto 1: O último vôo de um Beija-Flor.


O dia amanheceu cinzento naquela segunda-feira, comecinho de semana. Travestis rodopiando suas respectivas bolsinhas, esgoto mal cheiroso correndo a céu aberto e pulmões devorando a fumaça dos baseados ao serem tragados compõe o cenário. É uma favela. Situada em algum morro carioca. Realidade. Bruta. Cruel. Verdadeira e sincera. Quem testemunha o desenrolar da história são os olhos do protagonista, um menininho. A idade dele? Pouco importa. Basta saber que ele não passa de um moleque. O nome dele? Nem interessa. O que é preciso saber é o apelido dele. Beija-Flor. Pode parecer uma coisa inocente... Mas é uma gíria usada pelo tráfico para designar garotos ou garotas responsáveis pelo transporte de drogas.
Um Beija-Flor voa e vai enamorando as flores por estar conduzido pelo instinto, por sua própria natureza. E por que o garoto, outro tipo de beija-flor, alça seu vôo pelas trilhas da favela, distribuindo cocaína? Instinto? Falta de escolha? E lá vai o nosso beija-flor, com algumas moedas no bolso esquerdo, fruto de horas engraxando sapatos e no direito, balas coloridas. Belas balas coloridas entorpecentes. Outro beija-flor aparece. Um membro de alguma gangue rival. Dois bandos de beija-flores, inimigos um do outro... A diferença é que eles não competem pelo direito de enamorar um maior número de flores... O dedo do rival endurece no gatilho, até pressioná-lo. Um tiro. Uma rajada de metralhadora alcança o beija-flor por trás, enquanto toda uma vida o atinge pela frente. O beija-flor, que nunca beijou nenhuma flor, termina seu vôo. As garras do vício, da bruta realidade e do crime envolvem mais um pássaro. E nunca mais soltaram.


Conto 2: Retratos Urbanos:


Começa com uma ida ao banheiro seguida por uma descarga. É conduzido por um labirinto de tubulações até o esgoto. Chega ao rio. Não é preciso nomear a coisa, o assunto mencionado pelas minhas letras. Deixo tudo subentendido através da sutileza. Para não parecer grosseiro, é melhor que fique assim. É irônico perceber que não há nenhum protagonista nesse curto conto, já que o conto fala algo que você poderia, provavelmente, descrever com inúmeros palavrões. Histórias, inúmeras histórias acontecem paralelamente. A chegada de uma ninhada de ratos atraídos pelo esgoto, o “ziguezague” feito pelo vôo esvoaçante das moscas seduzidas pelo odor mal cheiroso e toda uma biologia, inúmeras espécies de bactérias se desenvolvendo nos negros líquidos do rio revelam uma cidade descompromissada como meio ambiente presente dentro do seio dessa selva cinzenta de concreto. Pouco parece, mas tudo está interligado. Uma ida ao banheiro, ratos, vôo de meia dúzia de moscas e as proliferações de bactérias no rio podem sugerir muita coisa. Um assunto banal e até inusitado como uma descarga feita no banheiro nos mostram um triste retrato do nosso retrato urbano e do subdesenvolvimento...



Dei a entender, no segundo conto, que critico a falta de respeito com o ambiente e dou toda a razão aos ambientalistas. Porém, literatura é diferente de expor opiniões. Ela não julga, condena ou defende. Por melhor que fosse o argumento, caí na armadilha do moralismo. Já o primeiro conto é mais bem escrito. Deixo que as letras apresentem a realidade, sem nenhum julgamento. Não passo a mão na cabeça do “beija-flor”, defendendo-o e argumentando que ele é vítima de uma sociedade injusta. Ao mesmo tempo, deixo de chamá-lo de monstro.
Graças às criticas dos sebianos, minha literatura amadureceu e deixou de ser moralista e hipócrita. Algo assim deveria ser ensinado nas escolas. É bom, por exemplo, que o professor de química ensine que a presença de gases poluentes na atmosfera são os responsáveis pelo aparecimento de inúmeras doenças. Um estudo feito em Pittsburg (EUA), em 1993, estimou que cada habitante gasta 20 dólares se tratando de doenças por ano. Faça as contas, multiplique o valor pelo número de habitantes e você terá um prejuízo monstruoso. O professor de geografia poderia contribuir com o assunto, falando sobre como os ventos e demais fenômenos atmosféricos ajudam a espalhar os poluentes. Isso faz com que o aluno percebe que cada disciplina possui um pouco de educação ambiental e assim, aos poucos, mobilizaremos a sociedade em nome da causa ambiental. Lindo. Contudo, algumas vezes, não é economicamente viável tentar poluir menos e não é qualquer quantidade de substância poluente que desencadeia problemas de saúde. Então, as empresas não são tão “inimigas do meio ambiente”. Cito outro exemplo. Impedir que agricultores derrubem centenas de árvores para transformar tudo numa área cultivável não é solução para nada. Agiríamos como ambientalistas loucos. Precisamos de árvores, assim como precisamos de alimentos. O professor de sociologia poderia explicar o porquê de haver tanta fome no mundo, mesmo com o planeta conseguindo produzir alimentos para todos. Reforço a idéia de que educação ambiental faz parte de qualquer ciência. Poderíamos ensinar, aos agricultores, técnicas de cultivo para aumentar a produtividade do solo e evitar que novas árvores precisem dar lugar às plantações, já que plantar de modo incorreto significa deixar o solo infértil. Desenvolver consciência ecológica é importante... Assim como o senso crítico para que o próprio movimento ambientalista seja alvo de críticas positivas. E aproveitando, deixo o link de algumas páginas virtuais dos meus irmãos e irmãs da SEB:

http://cassianeschmidt.blogspot.com

www.site.pop.com.br/aguia2

www.blogdaoktober.blogspot.com

http://www.supertextos.com/autor/ricbrandes

http://www.fotolog.com.br/folhetimvirtual

www.ninholiterario.com.br

http://agualento-isneldaweise.blogspot.com

http://bibliotecaleituraepesquisa.blogspot.com/

www.tchello.art.br

http://tchellodbarros-contosecronicas.blogspot.com

http://www.youtube.com/user/tchellod7barros

http://www.tchellodbarros-poesiavisual.blogspot.com

http://tchellodbarros-literaturainfantil.blogspot.com

http://tchellodbarros-poemas.blogspot.com

http://blogdaseb.blogspot.com/

terça-feira, 9 de março de 2010

Analfabetismo Ambiental:



O vídeo que você acabou de assistir é um pedaço do pronunciamento de Dilma Rousseff na COP 15. Ela quer ser presidente. E exemplifica muito bem como é difícil entender o que é o desenvolvimento sustentado. Não julgo se ela é a melhor ou a pior candidata para a presidência. Apenas critico a infeliz confusão feita por ela durante o discurso. Como num efeito dominó, as palavras dela provocaram terríveis conseqüências. Há ainda muita gente se confundindo com o significado do termo "sustentabilidade."
Que diferença faz se Dilma é apoiada pelo Lula ou se Marina Silva é militante da causa ambiental ou o histórico político de José Serra? O que deixo bem claro é o seguinte:
Não importa o candidato, as idéias defendidas por ele ou se ele é de esquerda ou de direita. O que importa é que ele trabalhe. Não importa se o gato seja preto ou branco, contando que ele mate ratos. O que mais importa para um candidato é a inteligência dele. Agora, por que insistimos em escolher o candidato errado? O que é um bom candidato?

Já sabemos que o bom candidato é inteligente. Muito inteligente. Desconfie, por exemplo, daquele candidato que promete emprego para todos. Ele até pode conseguir a tal façanha e ser um político honesto. O bom caráter é importante. Mas não é tudo. Do que adianta políticos honestos se eles são enganados pelos “tubarões de colarinho branco”? Vamos exemplificar?
A) Existe certa comunidade bem pobre. O governo, querendo gerar empregabilidade naquela região, monta uma indústria têxtil. Ótimo. Agora, todos têm emprego. E daí? É suficiente para que a comunidade saía do subdesenvolvimento? Os empregos de lá são realmente bons? Indústria têxtil precisa de muita água para funcionar. Toda essa água, no final do processo produtivo, vai voltar para o mesmo rio onde foi captado. Alguém parou para pensar que instalar essa empresa naquela região significa poluir as águas do rio no momento em que o esgoto industrial (água usada na produção) é descartado? A qualidade de vida caiu. Muitas pessoas ficam doentes. Outras morrem. Típico cenário de comunidade carente. O presidente da empresa nem pensa em investir em tratamento de águas. É perda de dinheiro. Os trabalhadores braçais não ganham aumento e nem promoção. Nem podem opinar ou sugerir melhoras na empresa. Imagine que um dos setores da empresa entre em greve por causa de um ar-condicionado quebrado num verão onde a temperatura sobe até aos 40°C. Ficar trabalhando algumas horas por dia debaixo de um calor infernal é crueldade. Sugerem a instalação de ar-condicionado. Entram em greve. O patrão não aceita as reivindicações, sugestões ou opiniões. No fim, os incomodados são demitidos. É o que acontece na maior parte das indústrias. A ganância na forma de empresários engravatados segue aquela velha filosofia do positivismo. Ou seja, para que haja progresso, cada pequena parte deve desempenhar sua função e nunca questionar nada. O raciocínio é sempre o mesmo: o patrão tem sempre razão e os empregados insatisfeitos sempre encontram alguma desculpa para entrar em greve. Trabalhar honestamente não significa crescer economicamente. Ao menos, não aqui no Brasil, o país dos impostos, dos poucos ricos e muitos pobres. Estão percebendo? O candidato, na maior das boas intenções, gerou emprego para todos. Só que ele não se perguntou qual é o tipo de emprego ou quais são as conseqüências ambientais e sociais para a comunidade. É por isso que no Brasil, poucos enriquecem e muitos empobrecem.
B) Agora, vamos observar a mesma situação por outro ângulo. A mesma indústria investe nas tecnologias para tratar a água. A qualidade ambiental e da vida das pessoas aumenta. O dono da empresa investe, também, no potencial humano. Paga mais para aquele funcionário que trabalha mais ou que apresenta alguma solução inovadora. Aos poucos, a empresa vai se transformando num local onde as pessoas são promovidas, ganham cada vez mais e sugestões são ouvidas, discutidas e acatadas. É ou não é bom trabalhar lá? Isso é que estimula o crescimento profissional. E se de repente, algum funcionário sugerir, para o dono da empresa, algo totalmente novo? Já pensou que bom seria se os filhos dos funcionários visitassem a empresa para aprender, por exemplo, a importância de se conhecer o que é a densidade, um assunto bem chato da química, para se tratar a água? Ver como a química pode ser trabalhada não estimula o interesse da criançada? Os retalhos (pedaços de pano que sobram do processo produtivo) poderiam servir como matéria-prima para feiras de reciclagem organizadas dentro da escola. Passeios ciclísticos envolvendo próximos do rio usado para captar água serviriam para que o estudante compreendesse que indústria não é sinônimo de poluição, afinal, toda água usada é tratada. Vê? A empresa, a comunidade, a escola, os funcionários, as pessoas e o meio ambiente se tornam um só e vão progredindo juntos. Isso é desenvolvimento sustentável.
Político precisa enxergar a totalidade, compreender que a sociedade, a indústria e o meio ambiente interagem entre si.
Quer saber? Por enquanto, não escolhi meu candidato. Não defendo ninguém. Apenas critico a desonestidade e a inocência de certos políticos honestos com o rabo preso com os “grandes tubarões de colarinho branco.”