Se você é do Segundo Grau, já deve ter estudado sobre o Movimento Retilínio Uniforme. Eu sempre me perguntava... Onde diabos eu vou usar essa coisa? Em qual empresa que vou precisar determinar a posição de um móvel com velocidade de 34 km/h no instante 3 segundos? Parece coisa de outro mundo? E por que um assunto tão chato de física faz parte de um texto que deveria falar sobre meio ambiente?
Vamos por partes. Uso o tema “movimento retilínio uniforme” para que você chegue à conclusão principal do texto. Algumas vezes, estudar pode parecer inútil. E é chato.
Bem, até aqui, nenhuma novidade. Certo? Mesmo sendo chato, eu estudava um bocado e passava tardes inteiras revolvendo essas equações. Graças a isso, sei interpretar as fórmulas, resolver cálculos e pensar logicamente. Através desse raciocínio que aprendi a desenvolver equações bem mais complicadas.
E está servindo para a minha faculdade de tecnólogo em Gestão Ambiental. Sei, por exemplo, calcular a área, o volume, a largura, o comprimento e a altura de um decantador. O decantador é um enorme tanque onde a água passa durante o tratamento feito para despoluí-la. As partículas de sujeira decantam, ou melhor, vão para o fundo do tanque por serem mais densos que a água. O profissional que opera as ETAS (Estações de tratamento de água) pode adicionar um coagulante, ou seja, um produto químico que faz com que as partículas se aglomerem, formando um floco pesado, denso e que decanta para o fundo. Entra o conhecimento em química. É mais ou menos isso que acontece com a água que sai da sua torneira. Em educação ambiental, isso se chama de “agir localmente, pensar globalmente.” O ingresso numa boa carreira profissional acontece através do estudo. O compromisso da escola é, através do ensino, fazer com que as crianças se tornem profissionais comprometidos com a qualidade do meio ambiente. Um operador de ETA, o engenheiro que constrói a ETA, o químico que produz o coagulante e o bioquímico que analisa a água da ETA são exemplos de como o trabalho comprometido com a questão ecológica pode contribuir com o planeta. Você estuda, um dia, você entra no mercado de trabalho e desse modo, contribui para o meio ambiente. Pode parecer estranho isso... Não é. Até mesmo alguém que projeta um motor de carro pode dar uma contribuição para o meio ambiente ao desenvolver um carro movido a energia limpa, como bio-combustível. O desenvolvimento de tecnologias é importantíssimo para melhorar o mundo. E antes de desenvolver inovações tecnológicas, é importante desenvolver consciência ecológica através da visão holística. Ou seja, todas as ciências desempenham um papel fundamental para enxergar que cada cidadão, cada profissional e empregado são importantes para o funcionamento da sociedade. No papel, tudo é lindo. Na prática, o estudo continua chato. É que a maneira como os conteúdos são apresentados é antiquada. Imagine uma escola onde você precise ficar o dia inteiro, quer dizer, de manhã até de tarde. É a tal da educação integral. Parece loucura? Calma. E se o professor, ao invés de explicar as disciplinas como coisas separadas, sem ligação umas com as outras, explicasse de forma que o estudante compreendesse que todas as ciências têm uma ligação? A qualidade do ensino não iria melhorar? Não teríamos profissionais com uma ampla compreensão científica? E digo mais. O progresso dos estudantes nos estudos seria avaliado por profissionais como psicólogos e psiquiatras. Eles descobrir em qual profissão é que o estudante se daria melhor. Assim, os professores poderiam dar aulas sobre as aplicações das ciências em cada profissão. É apresentar como a vida realmente funciona. Aprender sobre o mercado de trabalho não se resume aos livros ou a ouvir um professor. A aula ficaria bem mais interessante se os professores ensinassem como trabalhar no que se gosta.
“Menino, pelo amor de Deus, acorda e pare de ficar no mundo da lua. Por causa dessas revistinhas que você lê, você fica desse jeito, todo distraído. Como você vai trabalhar algum dia com esse jeito de bobo?” Mais ou menos isso que meus pais viviam me dizendo na minha época de menino pequeno. Como eu costumava ler muito, desde aquela época, diziam que de tanto ler, ficava com um jeito distraído, distante... Coisa de bobo alegre. Hoje, sei que o simples ato de ler as revistinhas da Turma da Mônica já era um indicativo de que eu tinha aptidões para ser escritor. E isso foi crescendo comigo e agora, tento juntar literatura com a questão ecológica para melhorar a qualidade da educação. Quero dizer, todos nós, desde que nascemos, temos aptidões... Dons... Dedique-se integralmente e procure conhecer um pouco de tudo. Preocupe-se em desenvolver o seu potencial. E vença na vida.
domingo, 23 de maio de 2010
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